É impressionante quando constatamos que a sociedade é de fato uma colônia que depende de cada parte em específico para funcionar como um todo.

É triste vermos que, apesar de colônia, não somos unidos, não possuímos a integração e a harmonia das formigas ou das abelhas.

Toda sociedade possui seus operários e comandantes.

Quem nos “comanda”: o governo, a polícia? Os motoristas e trocadores de ônibus?

É, eles pararam, estão bem parados dentro dos terminais, a portões fechados para população, para o respeito e para a cidadania.

Sim, eles têm direito a greve, mas até a greve é organizada e tem suas ressalvas (15%, 20% da frota circulando). Paralisação total, contra quem?

A população assiste a tudo atônita. Sinto-me na época em que se declarou a República no Brasil e os brasileiros foram os últimos a serem avisados.

Os ônibus pararam e nós também paramos. Ainda que forçosamente. Paramos para reclamar, paramos para discutir, argumentar. Quem vai parar para agir? Agir contra essa bandalheira.

As pessoas precisam circular, trabalhar, estudar, ir a médicos. Tornaram-nos dependentes do transporte urbano, mas não foram capazes de controlar os ímpetos de seus funcionários. Que fazem o que querem, quando e como querem, seja contra o Tribunal Regional do Trabalho (TRT), seja contra o Sindicato das Empresas de Transporte Metropolitano da Grande Vitória (GVBus). Seja contra quem for que eles lutem os feridos sempre somos nós. A população, mais do que qualquer outra entidade, é a primeira a sentir as conseqüências e na maioria das vezes, sem saber o porquê está sendo lesada.

Não é a primeira e nem será a última vez que uma greve de ônibus acontece. A cidade está parada. Seja pela falta de ônibus, seja pelo congestionamento dos que têm carro. A guarda municipal e a polícia saem às ruas para controlar o caos instaurado por uns que se acham no direito de, através da “força bruta”, impor suas vontades, seus mando e desmandos na grande Vitória. Grande em tamanho, grande em problemas, grande em desarmonia, grande em desigualdade. Vitória da falta de respeito, vitória da lei do “mais forte”, nesse caso do “mais esperto”.

E a população, lesada, ferida, humilhada, que se entenda com a polícia, que não aceita vandalismo, que não aceita baderna, que não permitirá que a desordem aconteça.

Essa é a minha, a sua, a nossa, GRANDE VITÓRIA!

Paula Rocha (paulaasrocha@gmail.com)
Coordenação de Comunicação