Imagine que você encontre o presidente molusco na porta de sua casa e este lhe pede, educadamente, o dedinho da sua mão, para recolocá-lo na dele. Mesmo que este dedo não fosse lhe fazer falta, você provavelmente recusaria o pedido. Mas o molusco não quer saber de seus motivos, ele apenas quer seu dedo e com tesoura em punho grita: “Terei seu dedinho, custe o que custar!”

Você seria capaz de machucar outra pessoa para se defender?

Uma pessoa é capaz de “n” coisas para defender a si mesmo ou outrem.

Agora pense na seguinte regra, que é de conhecimento comum:


“Somos todos livres para fazer o que quisermos, contando que não prejudiquemos os outros.”



Uma frase pronta que para muitos é uma forma de afunilar as ações e manter a consciência limpa. O caso do molusco não pode se encaixar nessa norma se a resposta para a pergunta for positiva.

A questão é fazer mal aos outros.


“Faça ao próximo aquilo que gostaria que fosse feito a você”.


Essa é a lei de ouro. Um preceito que rege muitas das religiões existentes. Que na verdade é um código impraticável. Gostaria de encontrar um masoquista que fizesse aos outros o que deseja que lhe fizessem? Mesmo com boas ações é difícil colocar em exercício tal ditado. Talvez alguém que esteja passando por necessidades, aprecie tal condição como um desafio a ser superado. Ainda que mudássemos o mandamento para “fazei aos outros o que querem que lhe façam”, não podemos saber ao certo o que os outros desejam que lhes façam.

Uma lei quiçá mais honesta e segura seja: Fazei aos outros o que realmente quereis fazer aos outros. Ao se deparar com o masoquista, não será necessário flagelá-lo só porque seria isso que ele desejaria que lhe fizesse. E mesmo esse princípio tem sua peculiaridade, pois teoricamente, seu direito termina quando começa o do outro. Mas sobre direitos falaremos outra hora.

Fhellipe Bilé Simmer
Coordenação de Cultura, Esportes e Lazer


Somos todos. Livres. Para fazer. O que quisermos. Para fazer.